Disputa pelo Governo pede um pouco mais de coração do que a simples razão política
Nesta campanha eleitoral que vai eleger um governador, um senador, oito deputados federais e 24 deputados estaduais no dia 5 de outubro, penso nunca ser demais resgatar alguns momentos da História recente de Mato Grosso pelo que representam para o presente e para o futuro.
Vou lembrar três fatos apenas, ao lado de tantos:
1 - Ao anunciar ao governador Garcia Neto, em abril de 1977, que dividiria Mato Grosso para criar Mato Grosso do Sul, o general Ernesto Geisel, presidente da República (1975/1979) disse: “Doutor José Garcia, decidi dividir Mato Grosso porque o estado tem tantas potencialidades que um dia poderá ameaçar a soberania nacional, como fez São Paulo em 1932”. Ele baseava-se em estudos da Escola Superior de Guerra, o núcleo filosófico do regime militar.
"Trouxe o assunto, porque no mandato dos próximos dirigentes de nosso estado terá um forte componente futurista ligado a esses três pontos citados"
2 - Ouvi junto com o governador Dante de Oliveira, em 2000, em Moulines, Illinois (EUA), sede mundial da fábrica de tratores John Deere, o vice-presidente da corporação fazer uma ampla leitura estratégica da produção de alimentos no mundo. Ele previa que alimentos serão produzidos no Brasil, Centro-Oeste, Mato Grosso, dentro de uma extraordinária conjuntura mundial que se confirmou posteriormente.
3 - Em 1895, o sacerdote católico Dom Bosco, teve um sonho que foi posteriormente catalogado como a Terceira Profecia, onde ele diz textualmente: “Entre os paralelos 15º e 20º havia um leito muito extenso, que partia de um ponto onde se formava um lago. Então, uma voz disse repetidamente: 'Quando escavarem as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a grande civilização, a terra prometida, onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível'”. A cidade é Brasília, que foi construída seguindo ao pé da letra a profecia de Dom Bosco. Grande parte de MT está nessa faixa. O presidente JK era cercado de políticos, de místicos e de espiritualistas com essa visão futurista. A presença de Dom Bosco em Brasília é muito forte. Morei lá entre 1961 e 1976, e no começo a presença de Dom Bosco era muito ligada à imagem do presidente JK. Hoje nem tanto.
Trouxe o assunto, porque no mandato dos próximos dirigentes de nosso estado terá um forte componente futurista ligado a esses três pontos citados.
Lidar com isso pede um pouco mais de coração do que a simples razão política ou o desejo de poder. Tem algo mais. Mato Grosso representa mais!
ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@terra.com.br
www.onofreribeiro.com.br
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