O coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor de justiça Marco Aurélio de Castro, disse que a confissão do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, coincide com as provas já levantadas pelo Gaeco nas três fases da operação Rêmora. 
Permínio Pinto disse que se omitiu sobre o esquema de propinas e fraudes em licitações na Seduc enquanto comandava a Pasta entre 2015 e 2016. Além disso, o ex-secretário confessou que também se beneficiou com um percentual do dinheiro arrecadado. 
“Hoje ficou muito clara a participação dele, e de outros neste cenário criminoso”, afirmou Marco Aurélio Castro, após os depoimento de Permínio Pinto, na última quinta-feira, em audiência da ação penal que apura o caso, sob responsabilidade da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá. 
“O que podemos afirmar é que foi uma surpresa para nós esse caminho adotado. Acho que é um caminho que todos deveriam adotar na medida da sua culpabilidade. Ou seja: se errou, assuma o erro e pague por ele”, analisou. 
Para o promotor, caberá ao próprio ex-secretário colaborar para comprovar que não era o líder da suposta organização, como foi apontado na denúncia do Gaeco. 
“O que temos agora é um cenário diferente. Permínio pode ter omitido algo, até porque é um direito dele se silenciar. Ele optou por uma conduta produtiva dentro do processo. Ou seja, de confidenciar sua participação e delinear a participação de cada um deles. Se ele omitiu quem é o líder - se é que tem outro líder -, isso é uma responsabilidade que pesa sobre ele. Mas, me parece que o alicerce do processo dá muita sustentação à confissão dele. Não acredito nisso (que tenha omitido o verdadeiro líder). Não posso falar sobre a estratégia dele. Mas o que posso dizer é que, em um cenário de prova, as informações dele batem”, completou. 
Marco Aurélio ainda declarou que a confissão de Permínio pode acarretar em uma pena mais branda ao ex-secretário, por não ter negado sua participação no suposto esquema. 
A necessidade da permanência da prisão preventiva de Permínio, que está no Centro de Custódia da Capital desde o dia 21 de julho, também deve ser reavaliada pelo Ministério Público Estadual. 
Da Reportagem-DC
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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